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Vencer a final da "Champions" de hóquei foi a "cereja no topo do bolo" para Rui Neto

Iniciado por Admin, Hoje at 05:25:02

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O triunfo do Óquei de Barcelos na final da Liga dos Campeões de hóquei em patins, no passado domingo, foi a "cereja no topo do bolo" para o treinador, Rui Neto, que considera a campanha "indescritível" no seu todo.

Em entrevista à Lusa, o técnico fez a retrospetiva do decisivo encontro diante do FC Porto, em Matosinhos, apenas resolvido nas grandes penalidades (após empate 1-1 no fim do prolongamento), mas lembrou que a crença no feito histórico havia surgido muito antes, num percurso de 16 jogos, contabilizando a qualificação, em que os minhotos perderam apenas um.

Rui Neto não esconde o impacto de ter alcançado o segundo título europeu da história do clube - o primeiro havia sido em 1990/91 -, sendo também um momento que ficará marcado, a título individual, nas carreiras de treinador e jogadores, na sua maioria a vencer a competição de forma inédita.

"Fazer história no clube é uma consequência de conseguir uma vitória para nós. Era esse o meu pensamento, de que tínhamos de fazer história para nós próprios, porque quase todos os atletas que aqui estão nunca tinham sido campeões europeus. Já estávamos a entrar na história do clube, ao participar numa final a que já não íamos há 24 anos, sermos campeões europeus foi a cereja no topo do bolo", constatou.

A vitória no Dragão, ainda na fase de grupos (4-1), terá sido, para o técnico, o "gatilho" que permitiu encarar com boas perspetivas a prova, numa época em que já haviam conquistado a Supertaça frente aos "dragões".

"Depois da primeira vitória no Dragão, focámo-nos em fazer uma fase de grupos que nos permitisse, depois, encontrar nos quartos de final um adversário teoricamente não tão forte [Liceo da Corunha] – apesar de todos serem fortes, sublinho -, que nos desse acesso à 'final four', e aí, com dois jogos, tudo é possível", explicou.

Chegados a derradeira final, os comandados de Rui Neto depararam-se com algum domínio do FC Porto no primeiro tempo e a consequente desvantagem no marcador, contexto que, no entender do treinador, só pôde ser contrariado com uma grande resiliência mental.

"Sabíamos que teríamos de sofrer porque estávamos a enfrentar um grandíssimo adversário e que, em condições normais, nunca um jogo daqueles iria resolver-se com dois ou três golos de vantagem. Sofremos na primeira parte e depois conseguimos controlar, na segunda, e, com a obtenção do empate, a equipa cresceu e esteve por cima em muitos momentos do jogo", relatou.

Em partida de emoções fortes, Miguel Rocha, grande destaque da equipa com uns notáveis 72 golos na temporada - 22 deles na Liga dos Campeões, em que foi melhor artilheiro -, até poderia ter fechado as contas no final do período regulamentar, falhando na conversão de um livre direto.

"A 40 segundos, pensei: 'Vai ser agora' e o Miguel Rocha falhou o livre direto. No final do jogo, disse-lhe: 'Não conseguiste terminar com o jogo naquela altura'. Ele respondeu: 'Tinhas de sofrer mais um bocadinho até final'. Se ainda não tivéssemos ganho a Supertaça antes, teria pensado que não seria desta", confidenciou o técnico.

Perante o cenário de grandes penalidades, Rui Neto elogiou o trabalho de Conti Acevedo e garantiu que essa forma de desempate não é uma "lotaria", mas admitiu que vive muito do momento imediato que os jogadores estejam a atravessar.

"As grandes penalidades e as bolas paradas não são lotaria, mas dependem muito do momento. Podemos estar a treinar a semana toda e chegar a jogo e não fazer nenhum golo. Tem muito a ver com a moral e predisposição do atleta. No caso do guarda-redes, já é diferente, quando se falha um penálti, é muitas vezes esquecido o seu mérito. Tem trabalho e estudo da forma como os jogadores batem", enalteceu.

Chegado ao "cume da montanha", com a conquista da principal competição continental de clubes, admite a dificuldade em retomar o foco competitivo, quando defronta já hoje a Oliveirense, na entrada na fase final do campeonato nacional.

"Não é fácil para qualquer clube e particularmente para nós, que estávamos há tantos anos sem vencer esta competição e atingimos um feito histórico, indescritível. Já sabemos que isto tem sempre aqueles dias de celebração. Temos de ter o foco no campeonato e tentaremos, mas mentiria se dissesse que foi uma semana normal de trabalho. Tentaremos aproveitar este élan, pondo o foco no próximo jogo", concluiu.